Fortaleza é o município cearense com maior número de óbitos provocados pela doença, totalizando 21 registros
Em uma semana cinco novas mortes de dengue foram confirmadas no Ceará, duas na Capital e outras três no Interior. Com estes óbitos, o Estado contabiliza agora, conforme o Boletim Epidemiológico, divulgado ontem pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), 48 mortes, sendo 38 por complicações.
Assim, este ano o Ceará passa a ter a maior epidemia com óbitos desde 1994, quando a Sesa registrou as primeiras mortes provocadas pela doença.
O cenário é condizente com as perspectivas esperadas pelo governo: a redução das notificações e o aumento da gravidade dos contágios. Segundo o titular da Sesa, Arruda Bastos, há três semanas nenhum novo óbito é notificado, todos os dados do Boletim resultam de confirmações de mortes já ocorridas.
"A ideia é que a doença agora estacione, mas a cada ano ela surge com mais força, já que temos quatro sorotipos circulando ao mesmo tempo. Com isto, as reações estão ficando mais sérias, os óbitos mais graves e, infelizmente, cada vez mais recorrentes", esclarece.
Crescimento
Dados do Boletim da Sesa sugerem que o número de óbitos poderá crescer ainda mais, passando de 48 para 79, daqui para a próxima sexta-feira, data da divulgação do próximo informativo. Isto porque outras 31 mortes estão em processo de investigação, sendo oito em Fortaleza e 23 no Interior do Ceará.
"Estamos preparados e nos mobilizando para enfrentar um possível agravamento da situação. Graças aos recursos orçamentários suficientes estamos tentando controlar a epidemia. Sem dinheiro, talvez estivéssemos com cenário pior", diz.
Arruda Bastos lembra ainda que este não é o primeiro ano de epidemia, mas é o mais grave de todos. Conforme ele, há casos de dengue notificados no Ceará desde 1986 com o isolamento do sorotipo 1. Nesses últimos 23 anos, a doença se manifestou de forma mais endêmica e grave nos anos epidêmicos de 1987, 1994, 2001 e 2008.
Destacam-se, segundo o secretário, as epidemias de 1994 pelo maior número de casos - 47.789 confirmados - e 2008 com o maior número de casos hemorrágicos da doença - 448 notificações. Em 1994, o principal fator para ocorrência dos primeiros casos hemorrágicos foi a circulação do sorotipo 2.
O sorotipo 3 foi isolado no ano de 2002 no Ceará, aumentando significativamente o risco da ocorrência de casos graves de dengue. Neste ano, com estes 48 óbitos, o índice de letalidade passou para 11%.
Números
O maior número de mortes por dengue no Ceará está em Fortaleza. De acordo com a Secretaria da Saúde, a Capital soma 21 óbitos. A cidade vizinha de Caucaia está em segundo lugar, com quatro mortes. Foram registradas mortes em 19 dos 184 municípios do Ceará.
O boletim aponta ainda que foram confirmados 25.743 casos de dengue, em todos os 184 municípios do Estado. Foram registrados mais 2.512 em relação à semana passada.
Bairros
Em Fortaleza, o bairro com maior incidência de dengue da Secretaria Executiva Regional (SER) I é o Jardim Guanabara (130 casos), seguidos do São João do Tauapé (636) na SER II, o Antônio Bezerra (279) na SER III, a Serrinha (199) na SER IV, o Mondubim (360) na SER V e Messejana (912) na SER VI.
Para acompanhar a doença, Sesa criou a "Sala de Situação" no site: http://geolivre.saude.ce.gov.br/dengue/dengue.html
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